quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Cuidados com o peso de mochila

Livros, cadernos, pastas, lanche. Só com itens básicos, a mochila do estudante já adquire um bom peso. Somada a outros materiais como objetos eletrônicos, brinquedos e roupas, o peso pode ultrapassar o recomendado por fisioterapeutas e ortopedistas e se tornar um potencial problema de postura e até de coordenação motora.  
O peso excessivo das mochilas escolares pode representar, no futuro, problemas de coluna para os estudantes. Estudos apontam que a criança não deve carregar, em média, mais de 10% do seu peso corporal."A mochila deve ter duas alças, estar acima da linha da cintura e ser levada sempre nas costas", alerta Luiz Eduardo Carelli, especialista do Centro de Tratamento das Doenças da Coluna do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into).

Caso o peso excessivo seja em razão de exigência das disciplinas escolares, os pais podem contatar a escola para buscar alternativas. Os estudantes devem ser orientados a deixar apenas o que não irão precisar nesse dia, pois há situação em que se poderá necessitar de material fora do período escolar e dificultará para fazer as lições de casa e trabalhos indicados pela escola.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 85% das pessoas têm, tiveram ou terão um dia dores nas costas provocadas por problemas de coluna.

Existe íntima relação entre o transporte excessivo de carga na mochila, dor no dorso e alterações na marcha (desnível na hora de caminhar). Problemas graves que devem ser evitados na infância, quando a criança está em crescimento e com a massa óssea em formação.

As sugestões da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, para controlar o excesso de peso das mochilas são:

- Determinar que as mochilas tragam o aviso de que crianças não devem carregar mais do que 10% de seu peso.

- Haver estímulo para que a confecção de blocos e cadernos seja com papel de menor peso e capa fina. Assim como as editoras adotarem o uso de papel de menor peso na impressão de livros e publicações oficiais adotados pelas escolas.

- As escolas poderiam estabelecer horários para as disciplinas considerando não somente a disponibilidade dos professores como também a distribuição do peso na mochila do aluno a cada dia de aula.


Mas se há recomendações e regras, por que crianças continuam a carregar mochilas pesadas? A fisioterapeuta Susi Fernandes levanta algumas hipóteses. A primeira delas está relacionada ao material carregado a mais, que não faz parte da vida escolar, mas é levado pelo estudante, como equipamentos eletrônicos, brinquedos e roupas. O peso da própria mochila, que sozinha pode chegar a cinco quilos também deve ser considerado. E o armário na escola, apontado como uma boa solução para evitar a sobrecarga, pode ser um vilão se alunos e professores não se organizarem. "De que adianta ter armário se o aluno precisa levar material para casa para estudar?", questiona.

Para compreender o que professores sabem e pensam sobre o assunto, a fisioterapeuta realiza uma pesquisa de doutorado. Suas primeiras conclusões são que os mestres têm conhecimentos satisfatórios sobre a questão postural, mas baseados em empirismo, na experiência própria de vida. "Na vida acadêmica, na formação do professor, não há nenhuma disciplina que fale sobre a importante relação da postura com o aprendizado", afirma a pesquisadora.

Sem preparo, professores não levam em conta a questão peso na hora de escolher o material didático, por exemplo. A escola também não organiza o horário de forma mais sensata, que proporcione aos estudantes a possibilidade de carregar menos peso. "Falta formação e uma conscientização geral", lamenta.

Adaptado de:
www.midianews.com.br - acessado em 23/02/2011




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